domingo, 22 de junho de 2008

O Iluminismo


Paula Myrrha Ferreira









Vicentino, Cláudio. Projeto Radix: 7ª série S.P. Scipione, 2005 (págs: 21-26)

A idade média foi considerada a idade das trevas. Já o iluminismo dá idéia de iluminado, ou seja, foi uma época em que os pensamentos contradiziam com a idade média. As pessoas começaram a usar a inteligência, começaram a valorizar a razão humana. Então, o racionalismo foi á base do pensamento Iluminista. Nesta época (século XVII), com os avanços da ciência, os homens não tinham mais fé como na idade média. Os filósofos acreditaram que com o racionalismo as pessoas seriam mais felizes. O século XVII ficou conhecido como o século das luzes.
As idéias iluministas influenciaram ações voltadas para a difusão e o debate do conhecimento. Um bom exemplo disso foi á publicação de uma enciclopédia chamada “Dicionário Crítico das Ciências, das Artes e das Profissões”. Tinha como objetivo reunir todo o saber científico, histórico, técnico, literário e musical do século. Seus organizadores foi o escritor Diderot e o matemático D’Alembert. Como a enciclopédia colocava em risco os valores cristãos, a igreja católica chegou a proibi-la aos católicos. Mas mesmo assim mais de 25.000 exemplares foram vendidos.
Uma das principais características do iluminismo era que as idéias só teriam valor se fossem capazes de mudar alguma coisa na situação vigente. Os iluministas criticaram o Antigo Regime, o Absolutismo, o Mercantilismo, etc. Essas críticas iam ao encontro dos interesses da Burguesia.
Os homens iluministas passaram a defender a liberdade e a igualdade social, o que influenciou, mais tarde, nas lutas democráticas. Influenciou, inclusive, na luta de independência dos EUA, na Revolução Francesa e deu origem a um regime (na Europa) conhecido como despotismo esclarecido.
Diversos autores questionaram o absolutismo:
- John Locke: Defendia a teoria de que a sociedade privada era um direito humano e que o governo teria surgido através de um contrato social feito entre os homens para preservação desse direito, e caso o governante não cumprisse, as pessoas teriam direito a rebelião. Assim Locke fundou o liberalismo político, que dizia que o soberano deveria compartilhar suas decisões com o parlamento.
- Barão de Montesquieu: Criticou o estilo de governo Francês, mas elogiou o Inglês, que era controlada pelo parlamento e pelo monarca, ou seja, o monarca não tomava suas decisões sozinho. Montesquieu desenvolveu a teoria em que o governo deveria ser exercido simultaneamente pelo legislativo (elabora as leias), executivo (executa as leis) e pelo judiciário (julga os desobedientes ás leis).
Porém, nem todos criticaram o absolutismo monárquico, como Voltaire. Ele fez críticas Igreja e á censura de seu tempo. Sua frase era: “Não concordo com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las”. Em sua opinião, Voltaire defendia uma monarquia que defendesse os direitos individuais e não acreditara num governo popular.
Um filósofo bem radical foi Jean-Jacques Rosseau que defendeu a formação de um governo popular contrário á monarquia absolutista. Rosseau obteve grande aceitação entre as camadas sociais e a burguesia. Ele também defendia uma vida com contato direto com a natureza.
Nesta época foi formada a economia liberal ou liberalismo econômico, que defendia a teoria de que a terra é a única fonte de riqueza, ou seja, use e abuse dela. Segundo Adam Smith, a economia possui leis próprias, que funcionam “sozinhas”. Também dizia que o mercantilismo atrapalhava o desenvolvimento econômico, enquanto a livre concorrência, a divisão do trabalho e o livre comércio eram indispensáveis para o desenvolvimento.
Muitas idéias iluministas influenciaram monarcas, que fizeram reformas nos seus reinos: Aplicaram a igualdade de impostos, influenciaram a educação, a produção artística, etc. Porém, não acabaram completamente com o Antigo Regime. Essa hora maneira de governar ficou conhecida como despotismo esclarecido. Algumas reformas foram tão grandes que, na Espanha, foi expulsa a companhia de Jesus, uma das principais ordens religiosas. Em Portugal as reformas foram ainda maiores, além de expulsar a companhia de Jesus, como na Espanha, Pombal (monarca português) reconstruiu Lisboa que estava destruída por causa de um terremoto, criou economias comerciais privadas, com direito a Monopólio, e etc.
O despotismo esclarecido também ficou conhecido como reformismo ilustrado. Foi o maior resultado da oposição ao Antigo Regime.